terça-feira, 25 de agosto de 2009

Como as Coisas Mudam

Há 1 ano atrás eu estava desesperado, com meu filho morando comigo, pouco dinheiro, trabalhando muito em um depósito de água que eu tinha inventado de colocar pra mostrar pro meu pai que eu podia seguir meu caminho, ganhar meu dinheiro sem precisar aguentar os estresses dele. Já estava há 02 dois anos trabalhando duro, pegando no pesado mesmo. 01 ano e meio com meu pai, em um depósito de reciclagem, carregando peso, mas é peso mesmo, 60 quilos de cobre, 100 quilos de latinhas de aço. Sai de lá e fui colocar esse bendito depósito de água mineral. O dia todo no sol quente de um lado pra outro entregando garrafões de água em cima de uma bicicleta cargueira. O dia todo, todos os dias, de segunda a segunda. Já estava parecendo um bode véi-magro de tão seco que eu estava. Já tinha ganhado até aquele bronzeado de nerd. Tirava a camisa e aparecia logo o desenho dela. Aí... Sempre tem uma virada na vida da gente. Me aparece a oportunidade de vir trabalhar aonde estou hoje. Me agarrei com unhas e dentes. Vendi o depósito de água mineral no mesmo dia que cheguei da entrevista. Tirei umas fotos da bicicleta e dos garrafões para que no dia que eu esquecesse as dificuldades que passei e começasse a fazer corpo mole pra trabalhar eu pudesse lembrar de tudo e mudasse de postura. Hoje estava aqui pensando comigo no quanto eu estou bem. Não digo bem financeiramente. Por que isso a gente nunca está, é o velho ditado que diz que "quanto mais se ganha, mais se gasta". Eu digo que estou bem, mas é no fato de não precisar suar, carregar peso, aguentar abuso de cliente ignorante, de ter folga e dinheiro pra poder fazer as coisas que gosto. Não é o céu, pois tenho minhas obrigações e qualquer erro mais sério eu sei que a minha cabeça rola, mas é muito melhor que muita coisa que já fiz. Foi por estar nele que consegui voltar com meu blog, pois estou sem computador em casa e me lembro que há 1 ano eu não estava sem postar no blog porque não tinha 1 real sobrando pra pagar 1 hora de internet na Lan House. Era um sufoco. Ainda bem que o mundo dá voltas. Daquele tempo eu não quero esquecer, pois se um dia as coisas não estiverem tão boas e for preciso eu voltar a fazer o que já fiz pra ganhar dinheiro eu vou lá e faço. Sem vergonha, sem medo e, principalmente, sem preguiça, pois se tem uma coisa que tudo isso me ajudou foi a deixar minha preguiça bem longe.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Homem, O Deus do Conforto

Quem não fica indignado com o controle remoto que acabou a carga da pilha e você tem que se levantar a todo instante para mudar o canal?

Pode existir Deus para tudo, mas no quesito conforto o ser humano é mestre. Quase tudo que se cria é pra dar mais comodidade e conforto. Pense num objeto. Darei o exemplo. Pense num carro. Qual o carro mais caro? O que tem mais conforto. Quem gosta de ir de porta em porta verificando se todas estão fechadas corretamente? Ninguém. É extremante chato e por causa dessa preguiça de ir olhar acabamos deixando, vez por outra, uma porta destravada. Prato cheio pros ladrões. Melhor seria como já existe hoje. Você desce do carro, fecha a sua porta, aperta um botão e escuta o “pli-plic”. Pronto. Portas travadas e alarme acionado. Pra quê melhor? Daqui a alguns anos, acho, não precisaremos mais nem aprender a dirigir. Entraremos no carro, colocaremos no computador o local que queremos ir e o carro chegará lá, sozinho. Sem precisar trocas de marchas, girar a direção, abrir portas, ajeitar retrovisor. Um luxo só.

Falando em conforto me lembrei de outro objeto.

Olhe. O homem poderá ir à Lua umas 10 vezes, em Marte umas 20, poderá até andar de patins nos anéis de Saturno, mas na minha opinião está para ser criado um objeto que se compare à uma Máquina de Lavar. Não existe. É altamente sem comparação você acordar domingo de manhã, pegar aquela trouxa de roupa usada na semana toda colocá-la dentro da máquina de lavar, colocar a medida de sabão e pronto. Vá dormir de novo, assistir o Globo Rural, dar uma volta na Feira dos Pássaros, vá à praia, tanto faz, vá aonde quiser. Quando chegar pegue as roupas e estenda. Ah! Reclame não. Tem que estender, pois por enquanto ainda não criaram uma máquina que além de lavar ainda estenda pra você.

É ou não é horrível? A pessoa perder metade do seu domingo (dependendo da quantidade de roupa que você tem, pode ser até mais) na frente de um pia ou um tanque, esfregando, arrancando a cabeça dos dedos naquela mancha do macarrão que você almoçou e não teve habilidade suficiente para levá-la até a boca, deixando-o escorregar pelo garfo e cair na camisa.
Pra quem não tem outra pessoa pra fazer certas coisas por você o mundo de hoje está muito, mas é muito mesmo, mais cômodo do que a cinquenta anos.

Mas tome cuidado pra não engordar, pois comodidade é bom, mas tem limite. Se você não tem tempo pra fazer exercício e queimar aquelas gordurinhas, quando pegar ônibus, desça uma parada antes ou estacione o carro um pouco mais longe da entrada da faculdade, do trabalho, do shopping e vá caminhando. Queimar calorias é bom e as gatinhas agradecem. Nós garotões, também, a gente gosta de carne, mas daquelas meio moles nem tanto.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

GLOBO X RECORD

Essa semana, quem acompanha sabe, houve o maior furdunço entre Rede GLOBO e RECORD. Uma acusando a outra. A GLOBO, apoiada numa denúncia do Ministério Público contra Edir Macêdo, Dono da RECORD e da Igreja Universal, sentou o pau em tudo e todos do bando de lá. Estampou bem grande na reportagem do Jornal Nacional “FORMAÇÃO DE QUADRILHA” em cima da foto de Edir Macêdo e mais outros. Enquanto isso a RECORD foi cavucar lá no fundo do baú tudo que já se falou e repetiu mais de 1 milhão de vezes sobre a GLOBO. Que ela tinha envolvimento com a Ditadura dos Militares, que no último debate entre Collor e Lula em 1989 ela foi altalmente tendenciosa e colaborou para que Collor fosse eleito.

Quem olha de fora até entende que a denúncia é do Ministério Público e a GLOBO só fez reportar ao público a situação. Não defendo nenhuma das duas por que sei que é tudo farinha do mesmo saco, mas quem realmente quiser entender essa história vai ver que tem caroço nesse angú.
De um lado a “toda poderosa” atacando com a faca nos dentes e botando debaixo do braço uma denúncia que tem fundamento, mas que é perceptível a sua intenção. Ela quer denegrir a imagem de uma emissora que está ganhando espaço num lugar que ela se achava dominadora. E ainda por cima é vítima de seus ex-integrantes, pois a RECORD contratou quase todos da GLOBO e tem feito uma programação “cagada e cuspida” à dela.
Agora, falando de Edir Macêdo. Eu queria realmente entender como é que um cara pega o dinheiro que uma pessoa doa a ele pra poder investir nas igrejas, em atividades educacionais, para ajudar pessoas carentes e investe em dezenas de empresas e em uma televisão que na maior parte do tempo não passa uma programação educacional, não tem um entretenimento de qualidade? Sabe-se que desse dinheiro ele faz muitas coisas úteis. Disso não duvido. Mas é muito dinheiro. Ele deve achar que já fez demais pelas almas que tanto ele quer ajudar e pega uma boa parte desse dinheiro e gera lucro pra ele e mais uma meia dúzia.

Eu não sei de nada. Só sei que eu quero ver é SANGUE!

IêÊêÊêÊiiiiii!!


Reportagem do JN dia 11/08/09


sábado, 8 de agosto de 2009

Tal Pai, Tal Filho

Fiquei prestando atenção nas mudanças que ocorreram em minha vida depois que o Rian nasceu. Antes eu parecia um moleque, não tinha responsabilidade com nada, assim como dizia um amigo meu: “Não tinha nem um pinto com fastio pra dar de comer”. Não conseguia programar minha vida nem até a próxima semana. Hoje tenho um plano de vida com expectativa pra daqui a 30 anos. Apesar de toda as responsabilidades a gente não pode perder o jeito moleque de ser e pelo visto é isso que nossos filhos mais aprendem com a gente. Por mais que a gente queira que eles sejam educados, quietos, simpáticos eles acabam aprendendo mesmo é o que não presta.

Essa semana o Rian chegou e estendeu a mão pra eu bater e disse:

- Papai, bate.

Bati. Logo após ele falou tão ligeiro que até gaguejou:

- Pe-pe-peitinho!!

E deu um beliscão no meu peito.

- Ai, seu fela da gaita!!!

Começou a rir e saiu correndo. Não deu meia hora ele veio de novo:

- Papai, bate.

- Bato não, você vai fazer, “Peitinho” em mim.

- Vô não, Papai. Vô não.

Voltou a estender a mão pra eu bater.

- Bate.

Bati. E ele:

- GUT!

E fez com a mão como se estivesse bebendo uma garrafa.
Comecei a rir e ele saiu correndo de novo.
Eu não sei a quem esse menino puxa, pra ser, assim, tão gaiato.

Feliz Dia dos Pais a todos os pais que são tão felizes quanto eu.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

FORTALEZA

Minha cidadezinha querida. Olhem bem. Não escrevo cidadezinha no sentido de achar ela pequena, porque isso ela não é, e não é mesmo. É apenas pelo sentimento de carinho que tenho por ela. Não sei o que é isso. Não sei se existe alguém tão apaixonado como eu sou por essa cidade. Tudo eu acho bonito. Desde seu próprio nome até a lagoa mais poluída. Sério mesmo. Fico encantado quando vejo um bairro pobre com suas ruelas, com os meninos brincando na rua com as velhas brincadeiras que não se vê nos bairros mais nobres. Soltando raia com a linha cheia de cerol roçando nos fios, podendo levar um choque a qualquer momento, correndo descalço nas calçadas pra tocar na mancha, gritar “TRINTA E UM SALVE TODOS” e deixar todo mundo feliz, menos o coitado que vai voltar a contar de 01 a 100 pra procurar todo mundo de novo. Cada vez que passo em frente à lagoa da Maraponga (Meu Bairro) à noite fico olhando e pensando que se não fosse tão perigoso dava até pra ir à beira ficar olhando o reflexo da lua. E sobre as praias nem vou começar a falar porque é um caso a parte. Acho espetacular a Ponte Metálica, Catedral, Dragão do Mar, Passeio Público, Estação Ferroviária, Teatro José de Alencar, Forte de Nossa Senhora da Assunção, Calçadão da Beira Mar, Casas do Bairro Benfica, é tanta coisa que não cabe aqui. Vivo andando a pé só pra poder ver de perto alguns lugares que acho bacana, porque olhar só pela janela do ônibus não dá nem gosto. Aqui não é o lugar perfeito, tem seus problemas iguais a outras cidades grandes, mas sabe aquele negócio de quem ama o feio, bonito lhe parece, imagine quando se ama o bonito, como é que se parece?
Fico emocionado quando um artista canta a nossa cidade. Fagner é o principal deles. Uma música mais bonita do que a outra, fala das praias, dos bairros.
Já pensei diversas vezes em ir embora daqui, mas hoje em dia não tenho mais a mínima vontade. Posso ir visitar outros lugares, mas morar mesmo quero não. A não ser que seja pra Jericoacoara. Aí já são outros quinhentos. E a não ser que seja por uma boa proposta de emprego, porque aí vou ter sempre uma graninha sobrando pra viajar pra cá.

Fagner - Fortaleza